Quem passa oito horas por dia ou mais em frente ao computador do trabalho pode acabar tratando o equipamento como seu dispositivo pessoal. Estima-se que é a partir do quinto dia de expediente que o funcionário começa a armazenar senhas no navegador, fazer login em contas pessoais de e-mail, instalar softwares de sua preferência, entre outros. No entanto, especialistas em cibersegurança afirmam que misturar a vida pessoal e profissional no computador da empresa é um negócio arriscado – para o empregado e também para a companhia.
1. Armazenar senhas pessoais
Grande parte das pessoas passa oito horas ou mais em frente ao computador do trabalho. Há casos, inclusive, em que o funcionário leva o notebook para casa e em viagens. Com tanto tempo de uso, é natural que os usuários acabem usando o computador do escritório como seu dispositivo pessoal e armazenem senhas particulares no sistema.
O problema disso é que, além de deixar as palavras-chave acessíveis a qualquer outro funcionário que usar a máquina, você pode estar violando uma regra da empresa. Segundo a Society of Human Resource Management (SHRM), muitas companhias não tratam e-mails e outras comunicações online como privadas ou confidenciais. As informações trocadas podem, inclusive, se tornar propriedade da empresa. Por isso, é importante avaliar as políticas do seu local de trabalho.
2. Usar o mensageiro do sistema para falar coisas impróprias
Se a sua empresa tem um software próprio para a comunicação entre funcionários, tenha cuidado ao tratar de assuntos pessoais com outro colega por meio do chat. Há a possibilidade de as mensagens serem mantidas em algum servidor, o que as torna tão recuperáveis quanto e-mails. Guarde flertes, piadinhas e comentários sobre colegas de trabalho para o WhatsApp ou outro mensageiro privado.
3. Usar redes wi-fi públicas ao manipular documentos confidenciais
Quem faz home office e não quer ficar trancafiado em casa costuma ir a cafés, coworkings e outros estabelecimentos com Wi-Fi para trabalhar. No entanto, se você estiver tratando de informações confidenciais ou sensíveis, é melhor não conectar o computador a redes sem fio abertas. Isso porque criminosos podem criar pontos de Wi-Fi falsos para roubar dados. A partir do login, eles conseguem rastrear todos os sites visitados e até mesmo interceptar senhas.
Para evitar interceptações criminosas, use sempre uma rede virtual privada (VPN) para se conectar à Internet. Ao criptografar a conexão, a VPN ajuda a evitar que terceiros acessem seu dispositivo e capturem os dados que você envia e recebe. Nunca se conecte a redes Wi-Fi cuja origem é desconhecida.
4. Armazenar arquivos pessoais
Para quem passa muito tempo em frente ao computador do trabalho, nada mais conveniente do que criar uma pasta para guardar materiais pessoais. Você começa salvando documentos importantes e, num piscar de olhos, encheu a pasta com todo o tipo de arquivo. Apesar de prático e aparentemente inofensivo, esse hábito não é aconselhável por duas razões principais.
A primeira é uma questão de segurança: por mais habituado que você esteja a usar o computador, ele ainda é um dispositivo de trabalho e pertence à empresa. Para efeitos legais, tudo o que está na máquina é de propriedade da companhia. A segunda é que, no caso de a empresa fechar ou de você ser demitido, pode não haver tempo suficiente para recuperar os arquivos.
5. Usar o computador para fazer trabalhos paralelos
Muitas pessoas precisam fazer “bicos” e trabalhos freelancer para complementar a renda, e não há nada de errado nisso. O problema é quando o funcionário cede à tentação de usar o computador da empresa para fazer os freelas.
Como ressaltamos acima, a máquina é de propriedade da companhia, que monitora o sistema e pode facilmente descobrir o que o empregado está fazendo. Se isso acontecer, é provável que a pessoa leve uma advertência, já que está não só usando tempo de expediente para tratar de outros assuntos, como também aproveitando recursos da empresa para fins que não são de trabalho.
6. Acessar sites de vagas
Entrar em sites de vagas no computador do trabalho pode comprometer a imagem do funcionário. A atitude é um indício de que o empregado está descontente com o emprego atual, mas preferiu não adotar uma postura aberta em relação à situação. Mesmo que a pessoa queira ser demitida, essa não é a melhor forma, já que pode prejudicar possíveis recomendações futuras. Além disso, não é ético disparar currículos usando os recursos da empresa atual.
7. Acessar sites pornográficos
Se ser flagrado buscando vagas em sites de emprego já pode ser constrangedor, imagine como seu chefe reagiria ao descobrir que você está acessando sites pornográficos durante o expediente. Navegar nessas páginas configura motivo para demissão em justa causa e pode trazer riscos à segurança digital da empresa, uma vez que a maior parte dos sites está repleta de vírus e malwares. Ainda assim, um em cada quatro homens brasileiros consome pornô no trabalho.
8. Instalar softwares não permitidos
Grandes empresas costumam adotar políticas mais rígidas na administração dos recursos de informática. O objetivo é evitar a contração de vírus, bem como a instalação de programas que não têm relação com o trabalho do funcionário ou são ilegais. Nessas companhias, apenas o profissional de TI é autorizado a instalar softwares no computador.
Empresas de pequeno e médio porte, por sua vez, costumam permitir que o usuário instale programas na própria máquina. Mesmo com a concessão, é recomendado evitar o download de softwares externos e procurar o departamento de Tecnologia da Informação sempre que precisar instalar algo. Desta forma, há menos riscos de baixar programas ilegais ou de sobrecarregar a máquina com aplicativos em excesso.