domingo , 24 novembro 2024

Doria usa cinco softwares de ‘big data’ para aumentar seu alcance nas redes

O crescimento vertiginoso de sua influência digital em menos de um ano de mandato é resultado de uma estratégia que começou a ser testada ainda nas prévias do partido, se profissionalizou e hoje combina cinco softwares que usam ‘big data’ para fazer monitoramento e uma equipe de análise que avalia o impacto nas redes sociais de tudo o que ele, que nega ser pré-candidato, fala.

“Nossa função é alinhar o discurso do João para ele ser bem entendido. Ele não vai mudar o que pensa, as propostas, mas vai falar da melhor forma”, diz Daniel Braga, que acompanha Doria desde agosto de 2015.

O time de 35 desenvolvedores da Stilingue, baseado em Ouro Preto (MG), alimenta o computador com textos em português para ensiná-lo a entender e interpretar a língua, identificando padrões comuns.

A tecnologia permite o escrutínio das redes sociais – Facebook, Twitter, Instagram -, de influenciadores e de tudo o que é publicado na imprensa. Um volume exponencial de informações que dificilmente seria administrável sem a ajuda de um software, conta o presidente da empresa, Rodrigo Helcer.

Para a política, as aplicações incluem, por exemplo, a gestão de imagem – além de capturar tudo o que é escrito sobre qualquer assunto, o software também faz reconhecimento facial para identificar memes – e a psicometria.

Termo que ficou mais conhecido depois da campanha de Donald Trump à Casa Branca, a piscometria faz uma espécie de análise de personalidade dos eleitores, útil na identificação de perfis que vão muito além de direita e esquerda e, por consequência, na formulação do discurso político.

A estratégia de comunicação do republicano se baseou na chamada “análise de sentimento” das redes sociais, que deu aos marqueteiros informações que até então não haviam sido usadas em disputas eleitorais, como os medos e anseios dos americanos.

De olho

“Tudo o que o João fala é monitorado”, diz Braga. A ideia é avaliar como o discurso do prefeito é recebido para “reduzir os impactos negativos e potencializar os positivos”.

“Se ele fala sobre desestatização, nós checamos o que as pessoas falam sobre isso para vermos qual a melhor forma de elas absorverem (o discurso no futuro)”. Esse é um trabalho que envolve sensibilidade política, capacidade de interpretação e planejamento estratégico, afirma ele, que conversou com a reportagem na noite desta segunda, por volta de 21h, após acompanhar agenda do prefeito paulistano em Belo Horizonte.

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