iMac G3 chegou ao mundo no dia 6 de maio de 1998 pelo então presidente da Apple, Steve Jobs, em Cupertino, na Califórnia. Com design em formato ovalado, cores intensas e visual minimalista, o All-in-One foi uma das apostas que fizeram a empresa ser sinônimo de inovação e tendência em tecnologia. A proposta do modelo era ambiciosa: ser ao mesmo tempo uma máquina de fácil operação, acessível a todos, além de também atender aos consumidores mais exigentes com bom hardware.
O computador tinha um preço competitivo para os padrões da época, custando US$ 1.299 – aproximadamente R$ 1.500 na cotação de maio de 1998. Hoje, 20 anos depois, traz nove curiosidades sobre o iMac G3 e seu lançamento.
1. O iMac G3 é tido como a salvação da Apple
O lançamento do primeiro iMac foi também o primeiro da Apple desde o retorno de Steve Jobs à presidência da companhia, em 1997. Naquela época, a empresa fundada por ele e Steve Wozniak passava por sérios problemas financeiros e colecionava fracassos atrás de fracassos. Ao final de 1998, o iMac G3 se tornou o computador mais vendido no ano e o grande responsável pela recuperação das finanças da empresa.
2. Designer do iMac quase se demitiu
Em meados dos anos 90, o designer britânico Jonathan Ive não muito estava feliz na Apple. Tanto que, na primeira reunião com Steve Jobs após seu retorno à companhia, Ive conta que tinha uma carta de demissão pronta para ser entregue ao novo comandante. Jobs não só rejeitou sua saída como o colocou para liderar a equipe que depois desenvolveria o iMac G3.
Após o sucesso do All-in-One, Ive e Jobs passaram a trabalhar juntos nos principais projetos da empresa, como o iPod, o iPhone e o Apple Watch. Atualmente, Ive é chefe do setor de design da Apple.
3. Anúncio teve diversas referências do passado
O anúncio do iMac G3 aconteceu no dia 6 maio de 1998, em conferência no Flint Center em Cupertino, na Califórnia. Na apresentação, a tela do computador tem diversos recursos apresentados e, ao final, é exibido um simpático “hello (again)”, referência direta ao primeiro Macintosh, de 1984. Além de também ter sido um produto inovador, sua apresentação foi no mesmo local e com sequência semelhante, terminando no “hello” com mesma fonte.
4. O nome original do iMac era MacMan
Segundo o ex-diretor de criação da Apple, Ken Segall, o iMac poderia tido um outro nome: MacMan. A ideia partiu do próprio Steve Jobs, que pretendia remeter à revolução causada nos anos 80 pelo Walkman, o toca-fitas portátil da Sony. “Nossa equipe apresentou uns cinco nomes, como Macster e Mac Rocket, que não eram exatamente as melhores opções. Então, salvamos iMac para o final porque sabíamos que seria um nome matador”, disse o então diretor em uma palestra em 2014.
Jobs não gostou de nenhum deles, incluindo o iMac, e manteve sua preferência por MacMan. Mas Segall continuou insistindo no nome até que um dia, sem muita cerimônia, ele foi aceito. Durante a apresentação do iMac G3, Jobs disse que a letra “i” trazia cinco significados: Internet, indivíduo, instruir, informar e inspirar.
5. iMac ajudou a popularizar a entrada USB…
Há 20 anos, a entrada USB era uma novidade bem-vinda. Havia diversos padrões de cabos para computadores – praticamente um para cada periférico –, o que ocupava espaço nos desktops. O lançamento da Apple foi um dos primeiros computadores a adotar o USB de fábrica. Apostando no minimalismo, a marca abriu mão de seus próprios formatos de entrada e passou a adotar o padrão USB no teclado e no mouse.
6. …e ajudou a acabar com o disquete
Outra aposta da Apple que causou controvérsia foi a ausência de um drive de disquetes no iMac G3. Já em 1998, Steve Jobs acreditava que os disquetes de 1,44 MB eram uma mídia ultrapassada. Para transferir grandes quantidades de dados, os CDs eram melhores e mais modernos, e já era possível contar com a crescente popularização da Internet. Além disso, drive de disquetes com plugue USB começavam a aparecer no mercado.
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7. O mouse do primeiro iMac era redondo
O All-in-One da Apple já vinha acompanhado de seus próprios periféricos. Enquanto o teclado não tinha muitas diferenças em relação aos encontrados em computadores de outras marcas, o mouse era realmente único.
Mas, apesar de bonito, o modelo era considerado pouco funcional. Seu design nada ergonômico podia cansar a mão, além de dificultar ao usuário encontrar a posição correta. Dois anos depois, a fabricante admitiu a falha e lançou o Pro Mouse, desistindo do periférico mais ousado.
8. Steve Jobs não gostou da cor do iMac original
Com o iMac G3, a Apple queria mudar o padrão bege dos computadores da época. Para isso, a fabricante escolheu uma cor diferente: o azul Bondi. O nome foi escolhido em referência à praia de Bondi, em Sydney, famoso reduto de surfistas na Austrália.
A escolha foi feita a dedo por Steve Jobs, que se arrependeu depois do lançamento por achar a cor muito “adulta”. Meses depois, em janeiro de 1999, a Apple lançou a linha Lifesaver, que contava com cores mais vibrantes.
9. iMac G3 sofreu várias mudanças ao longo dos anos
Até 2002, quando o iMac G3 foi aposentado, diversas atualizações da linha foram lançadas pela Apple. A mais significativa foi em outubro de 1999, quando o All-in-One deixou de ter coolers e o drive de CD-ROM foi trocado da bandeja ejetável para o tipo slot loading. Além disso, também passou a ter suporte à Internet wireless usando o adaptador AirPort.
Essa versão ainda teve um sensível upgrade na sua configuração, passando de 32 MB para até 128 MB de memória RAM, HD de 6 GB para 13 GB e velocidade de processamento de 233 MHz para 400 MHz. O computador também ganhou 13 novas cores ao longo do tempo, além de uma versão própria para o mercado de educação, o eMac.