Os celulares podem ficar até 20% mais rápidos para tarefas comuns e 40% mais velozes em jogos, no que depender da Arm, companhia britânica que apresentou nesta segunda-feira (27) novas arquiteturas para chips de smartphones. Foram revelados o Cortex A77 e o Mali G77, destinados respectivamente à fabricação de chips tradicionais e chips gráficos.
Empresas como a Samsung usam as chamadas arquiteturas para fabricação de chips como o Exynos 9820 presente no Galaxy S10 nacional. As novas tecnologias devem despontar em produtos lançados a partir de 2020. Segundo a Arm, novos processadores terão poder de fogo equivalente à de um notebook intermediário.
Segundo a ARM, os ganhos dos novos Cortex consideram o aumento de 20% no número de instruções que o processador realiza por clock. Traduzindo de uma forma mais simples, os novos processadores que usarem a nova arquitetura poderão realizar 20% mais operações a cada ciclo.
Na prática, isso significa que se você comparar dois processadores hipotéticos com núcleos Cortex A76 e outro com núcleos A77 e a mesma velocidade de 3 GHz, ainda assim a versão com A77 será mais rápida porque fará 20% mais trabalho em cada um desses três bilhões de ciclos (a outra forma de ler os 3 GHz).
Fortalecendo ainda o interesse no mercado de PCs, a Arm afirma que a nova arquitetura faz um processador Cortex A77 atingir performance comparável à de notebooks intermediários disponíveis no mercado.
No componente gráfico, os saltos também são expressivos. A Mali G77 não só é 40% mais rápida, como gasta 30% menos energia, aspecto crucial para celulares. O novo processador gráfico (GPU) também tem novos mecanismos de processamento para aprendizado de máquina, fundamental para serviços de inteligência artificial, e que representam ganhos de performance de 60% sobre o que a Mali anterior oferece.
Entenda o que é Cortex
Quando você olha para a ficha técnica de seu smartphone dificilmente se depara com o nome da ARM quando chega no processador: há grande chances de que seu telefone use um Snapdragon, Exynos ou A12 Bionic, se for um iPhone.
Cada um desses processadores – e muitos outros, como os Kirin da Huawei ou Helio da MediaTek – usam designs e arquiteturas da Arm. A empresa cria a tecnologia e o design de referência da arquitetura e comercializa direitos de uso desses designs a terceiros, que podem implementá-los com ou sem modificações feitas pelos próprios engenheiros.
O A76, por exemplo, é usado no Kirin 980 do P30 Pro, enquanto que o Snapdragon 855 usa uma versão modificada pela Qualcomm do mesmo núcleo. Isso significa que o Cortex A77 pode acabar aparecer em dispositivos de todas as marcas a partir do ano que vem, assim como a GPU Mali G77 – normalmente nos produtos mais sofisticados num primeiro momento.